Bad Beat no poker: entenda o que é e como superar?

Bad Beat é quando você perde uma mão no poker mesmo estando à frente. Acontece devido a uma carta improvável que muda tudo no fim da rodada. É frustrante, mas totalmente comum — e faz parte da natureza do jogo.

Esse tipo de situação está ligado à variância, que é o fator responsável por oscilações no desempenho, mesmo quando você toma as melhores decisões. Saber lidar com isso é essencial para quem quer jogar bem e continuar evoluindo — seja em cash games, torneios ou qualquer um dos tipos de poker que você costuma jogar. Quer entender por que isso acontece, como se preparar melhor e o que fazer quando rola uma bad beat? Então fica aqui comigo que eu te explico tudo.

O que é um Bad Beat no poker?

Bad Beat é quando você faz tudo certo, está com a melhor mão, e mesmo assim perde por causa de uma carta improvável. É aquela virada que ninguém esperava — menos ainda você.

Sabe quando tudo parece sob controle e só uma carta específica poderia te atrapalhar? Pois é… ela vem. E de repente, sua mão que era favorita vira história. É frustrante, sim. Mas é mais comum do que parece, mesmo quando as chances são mínimas.

O grande ponto da Bad Beat é que, quando um jogador participa de um alto volume de jogos por mês, ele acaba vivenciando uma ampla variedade de situações. Por exemplo, em uma jogada com apenas 7% de chance de acontecer, ao repeti-la 100 vezes, é esperado que ela ocorra cerca de 7 vezes. O volume no poker expõe os jogadores a essas diferentes possibilidades. O lado positivo é que os profissionais acabam se adaptando a essas situações.

Depois que você entende que o rendimento no poker é variável, começa a enxergar o jogo com outros olhos. Mas tem uma parte que ainda pega muita gente: os momentos finais de uma partida. É ali que tudo pode mudar num piscar de olhos.

Nas corridas de cavalo, quando um animal desacreditado ganhava, o pessoal dizia que foi “uma zebra”. E no poker? Quando o favorito perde para uma mão visivelmente mais fraca, a gente chama isso de “bad beat” — e sim, dói igual ou até mais.

A grande questão da Bad Beat é que ela pode desestabilizar quem ainda está começando. Muitos iniciantes se descontrolam emocionalmente, perdem o foco e começam a tomar decisões ruins. Isso acontece quando o jogador tilta, ou seja, abandona o torneio emocionalmente e continua jogando sem estratégia.

Profissionais também enfrentam esse tipo de situação e sentem estresse, mas dificilmente deixam isso afetar o desempenho. Eles já entenderam que esse tipo de situação é comum. Por isso, se você quer jogar em alto nível, é essencial começar a se acostumar com as Bad Beats. Elas fazem parte do jogo e saber lidar com isso é o que separa quem apenas joga de quem evolui.

Exemplo de Bad beat real

Um jogador tem uma dupla de ases e seu oponente tem um Ás e um rei. As cartas do flop são um 7 e dois valetes. Neste ponto, o jogador está muito bem posicionado, já que apenas poucas combinações o fariam perder. Vejamos:

Imagina que você está jogando uma partida de pôquer e recebe um par de Ases (AA) como suas cartas iniciais. Esse é um dos melhores pares que você pode ter! Enquanto isso, seu adversário tem 7 e 8 de copas, que parecem ser cartas bastante fracas comparadas às suas.

Nesse caso, você decide fazer uma aposta considerável, já que acredita que sua mão é forte. O adversário decide pagar e as cartas são viradas na mesa.

Flop: As três primeiras cartas são 6 de copas, 9 de copas e 2 de paus. Até aqui, você ainda está ganhando, porque seu par de Ases continua sendo a melhor mão.

River: Finalmente, a última carta é o 3 de copas. Com isso, seu adversário consegue completar o flush (5 cartas de copas) e também forma uma sequência. Isso faz com que ele vença você, que estava com um par de Ases, que parecia imbatível no começo.

Essa situação é chamada de Bad Beat, que acontece quando, mesmo com uma mão muito forte no início, você perde para uma combinação improvável de cartas do adversário.

Apenas nessas hipóteses o jogador teria perdido a rodada. Se uma dessas combinações raras aparece, aí sim, dá para dizer que foi uma bad beat de verdade. As chances eram mínimas, mas mesmo assim aconteceu — e isso é o tipo de virada que marca uma mão.

Por que isso é um Bad Beat?

Você fez tudo certo. A probabilidade de ganhar com AA contra mãos como 7-8 de copas é bem alta. No entanto, o azar entrou em cena com as cartas que apareceram na mesa. Aconteceu uma sequência de flush, o que fez você perder, apesar de estar em uma posição de grande vantagem antes das cartas comunitárias.

Este é um exemplo clássico de Bad Beat, onde a habilidade não foi o problema, mas sim o fator sorte, que acabou decidindo a mão.

Qual a relação entre bad beat e variância no poker?

A Bad Beat e a variância podem coexistir, mas não estão necessariamente interligadas. O que leva um jogador a entrar em uma downswing, acumulando milhares de dólares em prejuízo, não é apenas uma Bad Beat. Um jogador pode estar em uma mesa final importante, disputando uma grande premiação, e sofrer uma Bad Beat, mas isso, por si só, não será a causa da variância. Na verdade, a Bad Beat costuma ser uma raridade, algo que não ocorre com tanta frequência.

Bad beat e variância andam juntas no poker, mas não são a mesma coisa. A bad beat é um evento isolado, uma virada improvável. Já a variância é o que explica as oscilações naturais do jogo no longo prazo.

Um jogador pode até levar uma bad beat em uma mesa final, com uma premiação alta em jogo. Mas isso, por si só, não é o que causa uma downswing. A variância acontece quando essas derrotas se acumulam ao longo de várias partidas, mesmo com boas decisões. E a verdade é que bad beats não são tão frequentes quanto parece — o problema é que elas ficam marcadas na memória.

No entanto, em muitos casos, jogadores enfrentam Bad Beats em torneios cruciais, que poderiam reduzir a downswing, e acabam ficando ainda mais tiltados, o que piora seu desempenho. Assim, uma variância negativa pode se intensificar devido ao abalo emocional. Por essa razão, muitos jogadores profissionais de poker online contam com o acompanhamento de psicólogos e coaches, algo essencial para manterem um desempenho consistente.

No caso da Bad Beat, por ser uma exceção, ela não tem o poder de causar variância. A variância é o acúmulo de perdas recorrentes, que leva o gráfico de desempenho do jogador a cair, resultando em um prejuízo significativo. Para compreender melhor a variância, vejamos um exemplo prático: imagine que o jogador X está enfrentando a variância e acumula um prejuízo de R$10.000, jogando com um ABI de R$100.

A bad beat de US$ 1 milhão que entrou para a história

Em 2014, durante o torneio Big One for One Drop da WSOP, com buy-in de US$ 1 milhão, Connor Drinan e Cary Katz se enfrentaram em uma mão que parecia destinada ao empate: ambos seguravam um par de ases. No entanto, o inesperado aconteceu. O board trouxe quatro cartas de copas, dando a Katz um flush e eliminando Drinan do torneio. Essa mão é considerada uma das bad beats mais caras e memoráveis do poker. Você pode assistir a essa mão histórica aqui nesse vídeo que eu separei:

Sabemos que todo jogador já passou ou passará por uma situação de bad beat. Vou te contar outro caso famoso que aconteceu no mundo do poker, mais precisamente no World Series of Poker de 2012. Na situação, o comediante Kevin Pollak sofreu uma bad beat que entrou para a história do poker. Ele e o adversário deram all-in, ambos com QQ.

O problema é que, no flop, surgiram K9K, com duas cartas de copas. O adversário tinha uma dama de copas, o que iniciou essa história trágica, que ficou marcada no hall da fama das bad beats. No turn, para aumentar ainda mais o suspense, saiu um três de copas. A partir desse momento, o comediante já estava visivelmente nervoso. E, no river, o que ninguém esperava aconteceu: apareceu o 2 de copas.

Esse flush runner runner que Pollak sofreu entrou para a história das bad beats no poker. Outra situação famosa aconteceu com Jonathan Duhamel, que conseguiu quebrar um par de áses com uma sequência formada no river, daquela maneira que faz o coração parar. Todas essas bad beats ficaram ainda mais marcantes por ocorrerem em torneios importantes da World Series of Poker.

Agora que você já entendeu o que é uma bad beat e por que ela acontece, a pergunta que não quer calar é: o que fazer quando ela bate na sua mesa? Vamos conversar sobre como lidar com isso da melhor forma possível.

O que fazer ao ter um bad beat?

Se a bad beat veio mesmo — e você sabe que jogou certo — a melhor coisa a fazer é saber como reagir. Abaixo, separei algumas atitudes que podem te ajudar a manter o controle e seguir firme no jogo.

1 – Não entre em um turbilhão

Não adianta ficar com raiva ou surtar, esse tipo de comportamento só fará você perder ainda mais a concentração. Em poker dizemos que o jogador está “tiltando” ou passando por um tilt.

2 – Respire com calma

Respire fundo. Você acaba de passar por um momento de estresse e seu corpo necessita que você baixe um pouco a adrenalina. Fechar os olhos e concentrar-se na respiração o ajudará a ficar mais tranquilo.

3 – Aceite a realidade

Aceite o acontecido. O que passou, passou e não adianta focar em jogadas que não foram feitas. Ainda que o passado seja importante para nos ajudar no futuro, ficar amargurando ao que não tem mais solução não tem qualquer serventia.

4 – Analise o processo

O importante é perceber o que está acontecendo no momento. Como tem sido as mãos dos jogadores oponentes? Como tem sido a sua mão? Analisar também como vai o próprio bankroll é fundamental para permitir a continuidade do jogo

5- Escolhas as jogadas

Talvez escolher mais as mãos que se jogará num estilo mais tight ou talvez baixar um pouco o valor das apostas. Humildade e reflexão são grandes aliados no jogo de poker.

Como fazer as bad beats perderem a força no seu jogo?

Se você joga poker com frequência, pode ter certeza de uma coisa: as bad beats vão acontecer. Não importa o quanto você seja experiente ou técnico, vez ou outra uma carta improvável vai cruzar seu caminho e virar o jogo. Mas tem um segredo aqui. O que torna uma bad beat realmente dolorosa não é ela em si, e sim como você encara esse momento. Quando você entende o conceito de variância, tudo muda.

A variância é o que explica as flutuações nos resultados mesmo quando você toma boas decisões. Se você tem 80% de chance de vencer uma mão, é esperado que ganhe a maioria delas. Mas isso não impede de perder algumas seguidas, mesmo jogando certo.

É aí que entra o longo prazo. Quanto mais você joga, mais as estatísticas se alinham. As derrotas improváveis vão se diluindo no volume de mãos — e os lucros voltam a aparecer, com o tempo colocando tudo no lugar.

Por isso, se tem algo que você pode fazer para tornar uma bad beat insignificante, é jogar com consistência, foco e consciência de que o resultado de uma única mão não define sua jornada. Existem até ferramentas que te ajudam a acompanhar isso, como o Holdem Manager 3, que calcula a variância e mostra o impacto real das oscilações no seu gráfico. Quem entende isso joga mais leve, com a cabeça no lugar e o olhar no futuro.

Aprenda a lidar com Bad Beats jogando poker na Bodog

Lidar com as bad beats faz parte da evolução de qualquer jogador. Quanto antes você aceitar que elas vão acontecer, mais preparado vai estar para seguir crescendo no jogo. Até os grandes nomes do poker já enfrentaram downswings — e muitos ainda passam por isso. A diferença é que eles não se deixam abalar. Eles seguem jogando, ajustando o jogo e mantendo a mente no lugar.

Agora que você aprendeu a lidar com bad beats e momentos difíceis no poker, está na hora de começar a forrar na Bodog. Para quem quer jogar online, as mesas são perfeitas. Por isso, faça agora a sua conta em nossa plataforma e comece a jogar poker online. Nos vemos nas mesas dos cash games ou em outros torneios!

Saiba mais sobre Bad Beat no poker